Ok, ok, antes de vocês me xingarem e encherem meu blog de comentários do tipo: 'Você é louco?!', gostaria que vissem antes meu ponto de vista. Em primeiro lugar, o livro é adulto, ou seja, é natural que nele haja partes mais 'pesadas'. Achei que não teria problemas com isso, mas algumas partes me fizeram sim, contorcer-me de rir até não aguentar mais de tão obscenas. Esse fato não deve retirar seu mérito, afinal, 'Morte Súbita' é a mais evidente forma da tentativa da autora de emplacar-se no mundo dos escritos sem o bruxinho mais famoso do mundo.
'[...]A barriga avantajada formava uma prega que lhe caía diante das coxas e, assim que batia os olhos nele, a maioria das pessoas logo pensava no seu pênis: quando o teria visto pela última vez?[...]'. Como não gargalhar com isso?!
Segundo, o livro não consegue ultrapassar a linha de 'magnanimidade' e originalidade que marcam um livro. Por exemplo, terminei de ler a pouco tempo 'O Lado Bom da Vida'. Ele tem uma narrativa tão singela, interessante, absurda e doce, que o livro encanta exatamente pela sua 'bobeira'. 'Morte Súbita' não. A história fala, basicamente, da vida de vários personagens em dois cenários: Pagford, na qual vivem ricos conservadores, e Fields, um bairro pobre na qual vivem pessoas viciadas em drogas, mendigos, etc. Já é possível perceber que ele trata de muitos temas bem fortes.
Tudo se inicia com a morte súbita de um homem, e daí se apresenta os diversos fatos. Achei isso criativo, embora não ajudou muito porque o texto chega a ser monótono no começo, fazendo uma breve apresentação de cada personagem, suas características mais superficiais, e tal. Depois, as histórias se aprofundam e se relacionam entre si, e então, realmente, cada personagem é exposto com cada detalhe sórdido de sua vida. O problema desse livro, é o fato de tudo ter uma visão tão 'negativada'. É difícil, senão quase impossível, gostar realmente de um alguém. Comentei uma vez com minha mãe: 'Todo mundo é ruim nesse livro. A cidade é movida pela fofoca, só pode!', e realmente ainda não mudei de opinião. Houve apenas duas que me agradaram: uma garota que sofre bullying, e um pai de família degenerado. A primeira pela situação em que se encontrava, mas também pela bondade e fragilidade dela. E o segundo porque amei odiá-lo. Ele é terrível, mas mostra-se uma pessoa falha no decorrer da história.
A capa é bem bonita visualmente, apesar de não ter entendido o seu significado. Não vejo a necessidade de outros elementos visuais, porque tudo é bem descrito no livro.
Infelizmente, foi uma narrativa que me decepcionou. Ela é potencial, mas não consegue fazer com que 'entremos na história'. Ela tem partes realmente emocionantes, e apresenta fatos que chegam a ser dolorosos e chocantes, como o abuso sexual contra adultos e crianças, mas não chega ao ponto de nos fazer chorar ou pular de ansiedade. Ele não é bom, mas também não é ruim. Se manteve estático numa linha segura. Claro que esse é só o primeiro de outros livros que com certeza, ela vai lançar com a mesma temática adulta, mas Rowling ainda não atingiu seu ápice e continuará famosa por Harry Potter, não por 'Morte Súbita', que com certeza, será obscurecido pelo brilho de sua obra prima. Esse é um dos problemas de ser tão bom. As expectativas são altas demais.
Notas Finais:
Capa: 10/10 (não tem grandes detalhes, mas sua simplicidade é realmente agradável).
Personagens: 5/10 (são realmente detestáveis).
História: 8/10 (é boa, mas é extremamente lenta no início. Criativa, e aborda assuntos sérios de uma forma diversificada).
Originalidade: 10/10