domingo, 29 de setembro de 2013

Achado Literário #1: Da Utilidade dos Animais

E aí caros leitores, como vai o domingo de vocês? O meu está ótimo, e espero que estejam todos bem. Nova coluna chegando depois de um bom tempo sem postagens... Estarei encerrando o meu domingo com chave de ouro haha. Estava pesquisando crônicas para um trabalho e acabei encontrando um texto muito interessante, que não pude deixar de colocar aqui. Ele se mostrou cômico, mas com uma mensagem muito evidente e relevante. Beijos e espero que achem-no aprazível.


Da Utilidade dos Animais 

Terceiro dia de aula. A professora é um amor. Na sala, estampas coloridas mostram animais de todos os feitios. É preciso querer bem a eles, diz a professora, com um sorriso que envolve toda a fauna, protegendo-a. Eles têm direito à vida, como nós, e além disso, são muito úteis. Quem não sabe que o cachorro é o maior amigo da gente? Cachorro faz muito falta. Mas não é só ele não. A galinha, o peixe, a vaca... Todos ajudam.

-Aquele cabeludo ali, professora, também ajuda?

-Aquele? É o iaque, um boi da Ásia Central. Aquele serve de montaria e de burro de carga. Do pelo, se fazem perucas bacaninhas. E a carne, dizem que é gostosa.

-Mas se serve de montaria, como é que a gente vai comer ele?

-Bem, primeiro serve para uma coisa, depois para outra. Vamos adiante. Este é o texugo. Se vocês quiserem pintar a parede do quarto, escolham pincel de texugo. Parece que é ótimo.

-Ele faz pincel, professora?

-Quem, o texugo? Não, só fornece o pelo. Para pincel de barba também, que o Arthurzinho vai usar quando crescer.

Arturzinho objetou que pretende usar barbeador elétrico. Além do mais, não gostaria de pelar o texugo, uma vez que devemos gostar dele, mas a professora já explicava a utilidade de outros animais:

-Bolsas, malas, maletas, tudo isso o couro do canguru dá pra gente. Não falando na carne. Canguru é utilíssimo.

-Vivo, fessora?

-A vicunha, que vocês estão vendo aí, produz... produz é maneira de dizer, ela fornece, ou por outra, com o pelo dela nós preparamos ponchos, mantas, cobertores, etc.

-Depois a gente come a vicunha, né, fessora?

-Daniel, não é preciso comer todos os animais. Basta retirar a lã da vicunha, que torna a crescer...

-E a gente torna a cortar? Ela não tem sossego, tadinha.

-Vejam agora como a zebra é camarada. Trabalha no circo e seu couro listrado serve para forro de cadeira de almofada e para tapete. Também se aproveita a carne, sabem?

-A carne também é listrada? - Pergunta que desencadeia riso geral.

-Não riam da Betty, ela é uma garota que quer saber direito das coisas. Querida, eu nunca vi carne de zebra no açougue, mas posso garantir que não é listrada. Se fosse, não deixaria de ser comestível por causa disto. Ah, o pinguim? Este vocês já conhecem da praia do Leblon, onde costuma aparecer trazido pela correnteza. Pensam que só serve para brincar? Estão enganados. Vocês devem respeitar o bichinho. O excremento - não sabem o que é? - O cocô do pinguim é um adubo maravilhoso: guano, rico em nitrato. O óleo feito com a gordura do pinguim...

- A senhora disse que a gente deve respeitar.

-Claro, mas o óleo é bom.

-Do javali, professora, duvido que a gente lucre alguma coisa.

-Pois lucra. O pelo dá escovas de ótima qualidade.

-E o castor? -Pois quando voltar a moda do chapéu para homens, o castor vai prestar muito serviço. Aliás, já presta, com a pele usada para agasalhos.

-Eu, hem?

-Dos chifres do rinoceronte, Betá, você pode encomendar um vaso raro para o living de sua casa. Do couro da girafa, Luís Gabriel, pode-se fazer um escudo de verdade, deixando os pelos da cauda para Teresa fazer um bracelete genial. A tartaruga marinha, meu Deus, é de uma utilidade que vocês não calculam. Comem-se os ovos e toma-se a sopa: uma de-li-cia. O casco serve para fabricar pentes, cigarreiras, tanta coisa... O biguá e engraçado.

-Engraçado como?

-Apanha peixe pra gente.

-Apanha e entrega professora?

-Não é bem assim. Você bota um anel no pescoço dele, e o biguá pega o peixe, mas não pode engolir. Então você tira o peixe da goela do biguá.

-Bobo que ele é. -Não. Ele é útil. Aí de nós se não fossem os animais que nos ajudam de todas as maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais, e não maltratá-los de jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?

-Entendi. A gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e aproveitar bem o pelo, o couro e os ossos.

domingo, 8 de setembro de 2013

Escritos de um Sacudidor #2 - Poema das Chamas

Olá gente, tudo bem? Bom, estive um tempo fora resolvendo alguns probleminhas de ordem escolar (lições, claramente), mas consegui dar um intervalo e fazer uma postagem aqui de uma criação própria quando estava inspirado. Ah, também gostaria de agradecer a todos pelos 100 seguidores. Espero, de verdade, que estejam apreciando meu trabalho.

Poema das Chamas

O coração ardendo de raiva
O fogo consumindo o sentimento
Que derretia, finalmente com alguma cor.
O famoso vermelho vivo, que de vida não tinha nada.
 ...
O brado em minha mente,
Soava como uma rapsódia.
Ríspida. Cortante.
Agressiva. Atormentada
Fluindo arruinada,
como uma estrela em combustão.
 ...
A chama do amor me queimou.
Feriu e me destroçou.
Me expôs ao mundo.
Fragilidade catatônica.
 ...
A razão se eterizou.
Voando das minhas mãos feridas,
das batidas contra o chão.
...
A Fênix é imortal,
calor essencial e imaterial.
Assim, feito minha inconsequente ardência,
minha ternura aveludada.
Pelo menos essa era a intenção.
Saiu como bala de canhão,
estourando a lona de proteção,
que tento lutei para manter.
...
O Sol se punha no horizonte.
O frio chegava, mas não me atingia.
Ele entrava mas se consumia,
nas labaredas profundas e intensas.
Irritação inevitável.
...
Porque não conseguia,
ser cálido como uma geleira?
Inabalável e cristalino,
Frígido, mas imaculado?
...
Você não é quem não é...
...
Eu não poderia ser frio com chama.
Um imperturbável  acuado
Um puro manchado.
 ...
Mas agora vejo a verdade.
Agradeço a Deus pela brasa que me queimou,
que me feriu tão fortemente.
Trago as cicatrizes da luta, como troféu de uma vitória.
O cinza não existe na minha vida.
Sou eterno vulcão,
Com a tarefa de destruir o equilíbrio,
Trazendo mais força, mais vitalidade, mais vida.
 ...
Nessas singelas palavras,
Coloco a pura verdade:
A dor da combustão, é ressarcida pela emoção
Da nova sensação
De uma chama verdadeira,
Amor no coração.
 ...